Caracterização da costa marinha do Balneário Camacho (Santa Catarina, Brasil) como subsídio à gestão

Authors

  • Samanta da Costa Cristiano Universidade Federal do Rio Grande do Sul
  • Eduardo Guimarães Barboza Instituto de Geociências, Universidade Federal do Rio Grande do Sul- IGEO/UFRGS
  • Eduardo Marques Martins Programa de Pós-Graduação em Geociências, Instituto de Geociências, Universidade Federal do Rio Grande do Sul- PPGGEO/IGEO/UFRGS
  • Nelson Luiz Sambaqui Gruber Instituto de Geociências, Universidade Federal do Rio Grande do Sul- IGEO/UFRGS

Keywords:

gestão costeira, vulnerabilidade de dunas, conflitos ambientais.

Abstract

A ocupação inadequada da costa é o resultado da falta de planejamento, que acarreta em alterações paisagísticas relevantes e destruição de ecossistemas. O padrão de colonização do território sul-catarinense culminou no assentamento de núcleos urbanos muito próximos a habitats costeiros importantes e frágeis, por comporem ambientes que viabilizam comércio, comunicação, extração de recursos naturais, turismo e lazer. A degradação costeira na Área de Preservação Ambiental da Baleia-Franca, sobretudo no litoral de Jaguaruna (Estado de Santa Catarina, Brasil), resultou em uma recomendação do Ministério Público Federal sobre a costa municipal, fato que motivou este estudo. A área de estudo compreende o Balneário Camacho, que fica no nordeste de Jaguaruna, inserido em uma barreira arenosa, com a identificação dos seguintes ambientes: campo de dunas, planície alagável com lagoas e banhados (perenes e intermitentes), o Sambaqui Garopaba do Sul e assentamentos humanos. O sistema de dunas da orla é formado por dunas barcanas e cadeias barcanoides, intercaladas por planícies alagáveis, onde se tem a formação de nebkhas. A classificação da costa é um método de ordenamento territorial que pode dar apoio à decisão política. Neste contexto, a paisagem do Balneário Camacho foi classificada conforme seus ambientes e principais áreas de conflito antrópico; ademais, efetuou-se a estimativa de vulnerabilidade das dunas costeiras. Nos limites da orla da região foram encontrados diversos conflitos antropogênicos: ocupações irregulares e/ou em áreas de risco, depósitos irregulares de resíduos sólidos, plantio de árvores exóticas em dunas (para “estabilizá-las”) e acessos à praia para veículos sem controle. Os resultados foram agrupados por análise multivariada de correlação, resultando em áreas de diferentes níveis de ocupação: “não edificada”, “edificada” e “parcialmente edificada”. As características do meio físico conferem maior vulnerabilidade às dunas, enquadradas nos níveis: 2, onde há sinais de mudanças no sistema, e 3, onde se percebe significativa degradação das dunas. A orla do Balneário Camacho foi dividida em cinco setores, classificados em três zonas: (i) impactada, (ii) em degradação e (iii) preservada, para as quais foram desenhadas propostas de manejo. Concluiu-se, a partir do observado, que ainda há muito por fazer para alcançar sustentabilidade na região. A alternativa mais promissora é o desenvolvimento voltado ao ecoturismo, devido à localização geográfica e beleza paisagística local. Demais usos sustentáveis devem ser discutidos com a comunidade e planejados adequadamente.

Author Biographies

Samanta da Costa Cristiano, Universidade Federal do Rio Grande do Sul

Doctoral student at Universidade Federal do Rio Grande do Sul

Eduardo Guimarães Barboza, Instituto de Geociências, Universidade Federal do Rio Grande do Sul- IGEO/UFRGS

Professor at Universidade Federal do Rio Grande do Sul

Eduardo Marques Martins, Programa de Pós-Graduação em Geociências, Instituto de Geociências, Universidade Federal do Rio Grande do Sul- PPGGEO/IGEO/UFRGS

Doctoral student at Universidade Federal do Rio Grande do Sul

Nelson Luiz Sambaqui Gruber, Instituto de Geociências, Universidade Federal do Rio Grande do Sul- IGEO/UFRGS

Professor at Universidade Federal do Rio Grande do Sul

Published

2017-12-07 — Updated on 2017-12-07

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Issue

Section

Case studies