SWAP – Planeamento Participativo da Adaptação Costeira às Alterações Climáticas
Keywords:
Adaptação Costeira, Alterações climáticas, Análise Custo-Benefício, Planeamento, Participação,Abstract
No âmbito do projeto de investigação Europeu BASE – Bottom Up Adaptation Strategies towards a sustainable Europe, foi aplicada ao troço costeiro Barra-Areão, nos municípios de Ílhavo e Vagos, uma nova metodologia de planeamento dinâmico e participado da adaptação costeira às alterações climáticas. O método consiste em juntar as partes interessadas, num total de cerca de 30 a 40 pessoas, em dois workshops, nos quais se constrói e acorda numa visão e se define a estratégia para a implementação dessa visão através dos Caminhos de Adaptação. Os Caminhos de Adaptação permitem acionar diferentes estratégias ou medidas de adaptação dependendo da evolução ao longo do tempo da subida do nível do mar, erosão costeira e outros fatores de pressão sobre as zonas costeiras. O método permite ter uma visão de longo prazo com um planeamento dinâmico no tempo e ainda um plano de curto prazo. Os resultados obtidos foram acordados por todos os participantes e consistem numa visão conjunta de proteção deste troço de costa até ao ano de 2100 e num Caminho de Adaptação que inclui, em diferentes momentos do tempo, a alimentação artificial de areia, reforço das dunas com areia, passadiços e paliçadas em combinação com uma obra lateral aderente e um quebra-mar destacado submerso. Estas medidas de adaptação com variantes e detalhes foram localizadas no mapa de forma participada tendo-se obtido uma proposta consensual que posteriormente foi sujeita a uma Análise Custo Benefício, com diferentes variantes técnicas, e que mostrou ser positiva esta solução. Este trabalho foi desenvolvido por uma parceria de investigação alargada, em conjunto com as entidades competentes ao nível local, regional e nacional bem como várias partes interessadas. A metodologia e os resultados foram avaliados pelos participantes como tendo sido um amplo sucesso, o que sugere a sua aplicação adaptada a uma maior escala e outros troços de costa em Portugal, bem como noutras regiões do mundo.References
Andersen, I.-E., Jæger, B., 1999. Scenario workshops and consensus conferences: towards more democratic decision-making. Sci. Public Policy 26, 331–340.
Chambers, R., 1994. Participatory rural appraisal (PRA): Analysis of experience. World Dev. 22, 1253–1268.
Chevalier, J.M., Buckles, D., 2013. Participatory action research: Theory and methods for engaged inquiry. Routledge.
Dias, J.M, Alves, F.L, 2013. Risco de Cheias e Estratégias de Adaptação para a Zona Costeira e Lagunar da Ria de Aveiro. Universidade de Aveiro, CESAM - Centro de Estudos do Ambiente e do Mar, Aveiro.
Few, R., Brown, K., Tompkins, E.L., 2007. Public participation and climate change adaptation: avoiding the illusion of inclusion. Clim. Policy 7, 46–59.
Froggatt, K., Hockley, J., 2011. Action research in palliative care: defining an evaluation methodology. Palliat. Med. 25, 782–787
.
Haasnoot, M., Kwakkel, J.H., Walker, W.E., ter Maat, J., 2013. Dynamic adaptive policy pathways: a method for crafting robust decisions for a deeply uncertain world. Glob. Environ. Change 23, 485–498.
IPCC, 2014. Climate Change 2014: Impacts, Adaptation, and Vulnerability. Part A: Global and Sectoral Aspects. Contribution of Working Group II to the Fifth Assessment Report of the Intergovernmental Panel on Climate Change [Field, C.B., V.R. Barros, D.J. Dokken, K.J. Mach, M.D. Mastrandrea, T.E. Bilir, M. Chatterjee, K.L. Ebi, Y.O. Estrada, R.C. Genova, B. Girma, E.S. Kissel, A.N. Levy, S. MacCracken, P.R. Mastrandrea, and L.L. White (eds.)]. Cambridge University Press, Cambridge, United Kingdom and New York, NY, USA.
Leeuwis, C., others, 2000. Reconceptualizing participation for sustainable rural development: towards a negotiation approach. Dev. Change 31, 931–959.
McNiff, J., 2013. Action research: Principles and practice. Routledge.
Measham, T.G., Preston, B.L., Smith, T.F., Brooke, C., Gorddard, R., Withycombe, G., Morrison, C., 2011. Adapting to climate change through local municipal planning: barriers and challenges. Mitig. Adapt. Strateg. Glob. Change 16, 889–909.
Pearce, D.W., Atkinson, G., Mourato, S., Organisation for Economic Co-operation and Development, 2006. Cost-benefit analysis and the environment: recent developments. Organisation for Economic Co-operation and Development, Paris.
Pereira, C., 2014. Fellowship Research Grant – Final Report. Report prepared in the context of the project BASE (Bottom-Up Climate Adaptation Strategies for a Sustainable Europe). Department of Civil Engineering, University of Aveiro, Aveiro, Portugal.
Pereira, C., Coelho, C., 2013. Mapping erosion risk under different scenarios of climate change for Aveiro coast, Portugal. Nat. Hazards 69, 1033–1050. doi:10.1007/s11069-013-0748-1
Roebeling, P.., Rocha, J., Alves, F., Vizinho, A., 2015. Cost-benefit analysis of coastal erosion adaptation pathways along the Barra-Vagueira coastal stretch. Report prepared in the context of the project BASE (Bottom-Up Climate Adaptation Strategies for a Sustainable Europe). Department of Environment and Planning, University of Aveiro, Aveiro.
Sáez, C.A., Requena, J.C., 2007. Reconciling sustainability and discounting in Cost–Benefit Analysis: A methodological proposal. Ecol. Econ. 60, 712–725. doi:10.1016/j.ecolecon.2006.05.002
Tompkins, E.L., Few, R., Brown, K., 2008. Scenario-based stakeholder engagement: Incorporating stakeholders preferences into coastal planning for climate change. J. Environ. Manage. 88, 1580–1592. doi:10.1016/j.jenvman.2007.07.025
Vargas, C., Santos, F.D., 2013. Mapeamento de Susceptibilidade do troço Barra-Vagueira: inundação por águas marinhas em cenários de alterações climáticas. Lisboa.
Published
Versions
- 2018-04-12 (1)
- 2018-04-12 (1)