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Avaliação das concentrações de Pb, Cd e Zn em sedimentos do Complexo Estuarino-Lagunar de Iguape-Cananéia, sudeste do Brasil
Resumo
Um dos primeiros desastres ambientais no Brasil ocorreu no Complexo Estuarino-Lagunar de Iguape-Cananéia. A abertura de um canal artificial no Séc. 19 desviou o fluxo do rio Ribeira de Iguape, que foi fortemente afetado por atividades de mineração, para dentro do sistema. Desde então, o rio tornou-se o principal responsável pela entrada de água doce e sedimentos em suspensão para a região estuarina. Este estudo teve como objetivo avaliar as concentrações de chumbo, cádmio e zinco no sedimento surface em 10 pontos ao longo do estuário, 15 anos após anos após o encerramento das atividades de mineração. As concentrações do chumbo e do cádmio variaram de 19.3 a 67.9 µg.g-1 e de 2.4 a 3.6 µg.g-1 respectivamente, sendo mais altos nas proximidades da saída do Rio Ribeira de Iguape (cidade de Iguape), com valores mais altos ao limite máximo instituído pelo órgão ambiental brasileiro. O zinco variou de 10.4 a 22.8 µg.g-1, abaixo dos valores máximos instituídos sem diferenciação nas concentrações entre as porções. Este estudo revela pontos de contaminação do sedimento por chumbo e cádmio na região estuarina, ainda indicando uma forte contribuição das atividades mineradoras pretéritas e de outras atividades humanas, como da agricultura e da disposição incorreta de lixo e esgoto. Adicionalmente, estes resultados sugerem que estas contaminações podem trazer efeitos adversos a biota local, deste modo, a avaliação de metais é ainda de grande importância para o monitoramento contínuo da qualidade ambiental da região.